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segunda-feira, 25 de abril de 2011

Um Trecho de: "Sem Fogo no Inferno!"

Antigamente essa Obra se chamava "Justiceiros", agora ela se tornou um livro e vai ser publicado em breve.
Postando essa parte em específico por que teve uma garota uma vez que disse que meus diálogos não eram humanos, apesar da minha narrativa ser foda... Tudo bem esse capítulo transcreve uma conversa real =)
Então toma e enfia esse diálogo no fundo do seu "coração" sem sensibilidade para perceber o óbvio.


ATT


James Stone Garden


(O irônico!)


Lobo sem matilha



Caçador tinha ido se despedir, sabia que o que viria seria grande demais para que ele continuasse se escondendo do mundo, observou-a sair do trabalho, ela estava linda como sempre fora, ele ficou do outro lado da rua, depois dela ele tinha vivido essa vida desgarrada, tinha matado muita gente, tinha deixado de acreditar em DEUS, tinha deixado de acreditar na sociedade, tinha deixado de acreditar em si mesmo.

Estava molhado, fazia mais de seis anos que eles não se viam, ela agora devia ter seus 30 anos e continuava linda, ele sempre ficava parado admirando-a, ela tinha rejeitado-o, certa vez lhe disse que não foi por falta de amor, foi por ele nunca dizer para ela coisas bonitas como: “veja como está lindo o pôr-do-sol querida” ou então: “Vamos assistir um show Caetano?”, ele odiava desperdiçar seu tempo mentindo que gostava de certas coisas só para agradar alguém, mesmo que fosse a mulher de sua vida, mesmo que fosse obrigado a vê-la inúmeras vezes saindo com outros homens depois disso.

Fazia frio e ela tentava se proteger da garoa fina que caia, ele nem mesmo ligava para essas chuvas chatas de São Paulo, Fora a seguindo de Longe, pensando em uma forma de como chegar nela e falar tudo o que sentia, mas ele sabia que não faria isso, uma vez pateticamente sussurrou de longe desculpas por não poder demonstrar o quanto a amava, ela se virou e ele entrou em um beco, era sempre assim, mas hoje ele tinha de deixar de ser covarde, tinha de conversar com ela a respeito de seu filho, sabia que o filho era dele, e não do caipira que ela tinha arrumado, o garoto tinha seus traços, seu rosto, era uma miniatura dele próprio.



Ela parou, ele também, ela se virou ela não tinha onde se esconder, ela veio andando em sua direção, chegou bem perto e o chamou pelo nome, nome que ele fazia tempo não ouvir e disse:

— Por que está atrás de mim? Eu sei que você me segue e me protege, mas o que você realmente quer?

Suas roupas pingavam, ele nem sequer levantou a cabeça para mostrar seus olhos lacrimejados, embora pudesse usar como desculpa a chuva essa mulher sempre soube olhar dentro de sua alma e o caminho eram seus olhos.
Começaram a caminhar juntos.
— Você sabe que ele é meu filho não é? Por que não conta para o garoto e para o cara que ele tem um filho ilegítimo?
— Por que ele já sabe, só um idiota não saberia, e inclusive ele nem duvida que ele seja seu, mas como tecnicamente você está morto faz seis anos, que diferença faz, pai é quem cria não é?
— Você fala como eu falaria, vejo que você aprendeu bem, por que você não vem comigo? Não volta para mim?
— E acabar com minha vida perfeita? Meu casamento em uma grande igreja da Bahia? Meus nove anos de casamento? Você só pode estar ficando louco.
— Mas você ainda me ama não é?
—Amo, mas sei que nossas vidas não combinam.
— Você disse que queria mais ação na sua vida, lembra-se das caçadas que eu tanto falava? Quero tanto contar o que tenho feito para você.
— Acredite sei exatamente o que você faz você me ensinou tudo o que sei e me ensinou tudo sobre você, sei que eu na sua vida só atrapalharia e eu não quero fazer isso, pense bem seria só alguém para você proteger em tempo integral, sei que você deve ter muitos inimigos, e sei que esta chorando.

— Você é muito má, mas realmente tem razão, acho que desta vez é realmente um adeus, mas escute, quero que me prometa um dia contar sobre meu filho sobre mim, promete?
— Não seja louco...
— Prometa, por favor, faça por mim, pela época em que gostava de mim pelo menos.
— Se eu fizer irei me arrepender depois de ter feito, você parece que está caminhando para a morte, por que quer tanto isso?
— Por nada, apenas faça.
— Tudo bem, pensarei a respeito.
Um carro chamou a atenção dela e ela se virou, quando voltou a visão novamente ele não estava mais lá, ela sorriu e seguiu seu caminho.
Ele ainda a seguiu até em casa, para ter certeza que estava bem, depois sorriu, ele era um lobo sem matilha, mas tinha sua cria, seu lobinho, independente do que acontecesse ele iria crescer e ter a sede de descobrir as coisas e iria se deparar com a névoa que seu pai fora. Ele marchava para a morte, mas tinha deixado muita coisa preparada para seu filho.




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